Se você é do tipo de pessoa que treme só de ouvir falar em asteroides próximos da Terra, essa notícia não é nada animadora. Um novo relatório divulgado esta semana pela agência espacial americana, NASA, confirmou a descoberta de 25 mil novos asteroides, sendo que 95% deles estão orbitando próximo à Terra.
Mas muita calma nessa hora. As notícias não são tão ruins assim. Apesar de parecer alarmante, o termo "próximos à Terra" significa que os objetos estão dentro de um raio de 45 milhões de quilômetros e de acordo com a Nasa, suas órbitas não oferecem qualquer risco de colisão com nosso planeta.
A descoberta desse grande número de asteroides foi possível graças a um novo mapeamento do céu, realizado no espectro infravermelho com o moderno telescópio grande angular WISE (Wide-field Infrared Survey), que completou sua primeira pesquisa celeste no último dia 17 de julho de 2010. A missão espacial gerou mais de 1 milhão de imagens do Universo, desde asteroides e cometas, até galáxias distantes.
Ao contrário da luz visível, o comprimento de onda infravermelho permite penetrar a poeira das galáxias e captar o brilho dos objetos distantes, impossíveis de serem vistos através de telescópios comuns.
"A maioria dos telescópios óticos capta apenas a luz dos objetos mais quente e brilhantes", disse Richard Binzel, ligado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts, "mas o WISE é especialmente sensível aos objetos escuros e frios, que você poderia chamar de quase invisíveis".
Observando as diferenças de temperatura, o telescópio espacial Wise conseguiu detectar a presença de mais de 100 mil asteroides, a maior parte deles orbitando dentro do cinturão de rochas localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Como alguns dos objetos do cinturão têm órbitas que cruzam o caminho da Terra, o estudo dessa região do Sistema Solar é particularmente importante e alvo de constantes aperfeiçoamentos.
Censo Cósmico
Além da descoberta dos objetos próximos, o telescópio também detectou aquilo que pode ser traços de uma galáxia ultraluminosa localizada há mais de 10 bilhões de anos-luz de distância, formada a partir da colisão de outras galáxias.
Com as imagens captadas pelo telescópio, os cientistas esperam criar até o final do ano um novo censo cósmico de milhões de objetos. Até agora já foram catalogados 15 novos cometas e centenas de prováveis anãs marrons, objetos estelares que maiores que os planeta, mas muito menores do que uma estrela.
WISE
Construído pelo Laboratório de Dinâmica Espacial da Universidade de Utah e operado pelo JPL, o Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, o WISE é um telescópio espacial de 400 milímetros de abertura que opera no comprimento de onda infravermelho. O equipamento orbita a Terra a 500 km de altitude e fotografa o céu a cada 11 segundos.
Desde que começou a operar, o WISE já registrou diversos asteroides próximos à Terra com tamanho superior aqueles descobertos com telescópios convencionais. Todos as detecções são informadas ao Centro de Planetas Menores da União Internacional de Astronomia, UAI, que rastreia todos os pequenos objetos do Sistema Solar.
O mais Perigoso
Atualmente, o asteroide que tem maiores chances de impactar diretamente com a Terra é o objeto batizado como 1950 DA.
Segundo dados do JPL, as chances de colisão são da ordem de 1 em 300 e deverá acontecer no ano de 2880. Esse objeto é um esferóide assimétrico e tem aproximadamente 1.1 km de diâmetro. Gira ao redor do próprio eixo em 2.1 horas, o mais rápido movimento rotacional observado em um asteroide desse tamanho.
Asteroide Apophis
Devido ao seu grande tamanho e por sua órbita cruzar o caminho da Terra, Apophis é um dos mais vigiados asteroides do espaço. Apophis deve atingir a máxima aproximação no ano de 2036 e de acordo com um estudo elaborado em 2009, as chances de impacto são de 1 em 250 mil.
Antes de 2036, Apophis deverá se aproximar bastante da Terra em abril de 2029. Cálculos anteriores mostravam que o asteroide tinha cerca de 3% de chances de atingir a Terra nesta data, mas à medida que os modelos orbitais foram refinados essa possibilidade foi praticamente descartada, mesmo assim o asteroide deverá passar a apenas 29 mil quilômetros de distância da Terra, uma separação inferior à dos satélites geoestacionários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário