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"Quem não reage, rasteja"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cientistas criam o primeiro mapa global de altura das árvores


   Usando dados coletados por três satélites de sensoriamento remoto, cientistas da agência espacial americana, NASA, produziram o primeiro mapa global detalhado da altura da copa das árvores. 
   Apesar de já existirem mapas regionais semelhantes, esse é o primeiro levantamento em nível mundial baseado em um método uniformizado.
   O trabalho foi baseado em dados gerados pelos satélites Terra, Aqua e ICESat e deve ajudar os pesquisadores a montar um inventário de quanto as florestas mundiais armazenam e qual a velocidade com que os ecossistemas retornam esse gás na atmosfera. O estudo foi realizado pelo pesquisador Michael Lefsky , ligado à Universidade do Colorado e foi publicado essa semana na revista científica Geophysical Research Letters.
   O novo mapa mostra que as mais altas florestas do mundo estão concentradas no Noroeste da América do Norte e partes do sudeste da Ásia. As árvores de menor estatura se concentram em grandes trechos no norte do Canadá e da Eurásia.


Radar
   Para fazer as medições Lefsky utilizou o radar laser LIDAR a bordo do satélite ICESat, que dispara pulsos de luz em direção à copa das árvores e mede o tempo que esses pulsos retornam ao instrumento. O resultado é registrado como "fatias" verticais que representam a altura vertical da floresta.
   "O LIDAR é incomparável para este tipo de medida. O que o radar pode fazer em segundos demandaria semanas ou meses de medições em campo", disse "Lefsky.


   O novo mapa utilizou dados de mais de 250 milhões de pulsos laser disparados durante um período de sete anos. Como cada pulso retorna informações de uma pequena porção da superfície, o trabalho precisou do auxílio de outros instrumentos, especialmente do Sensor de Resolução Moderada MODIS, a bordo dos satélites AQUA e TERRA, que conseguem mapear grandes áreas de superfície, apesar de não fornecerem o perfil vertical.
   Os resultados mostram que as florestas de coníferas de clima temperado, que são extremamente úmidas e contém árvores enormes como as sequóias ou abeto de Douglas, têm as copas mais altas, que crescem acima de 44 metros. Em contraste, as florestas boreais são dominadas por abetos e pinheiros, com copas normalmente inferiores a 22 metros.
   O estudo também revelou que áreas relativamente intactas das florestas tropicais atingem cerca de 27 metros de altura, semelhantes em altura ao carvalho, faias e bétulas encontrados nas florestas temperadas e de folhas largas, comuns na Europa e nos Estados Unidos.

Carbono faltante

   Os seres humanos liberam cerca de 7 bilhões de toneladas de carbono anualmente, principalmente na forma de dióxido de carbono. Desse total, 3 bilhões de toneladas acabam na atmosfera e 2 bilhões de toneladas no oceano.
   O novo mapa deverá auxiliar bastante o esforço dos cientistas, permitindo estimar a quantidade de carbono que as florestas produzem e explicar o mecanismo que está absorvendo as 2 bilhões de toneladas faltantes.
   Com base no novo mapa, o cientista Sassan Saatchi, que trabalha junto ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), começou a combinar os novos dados de altura com outros inventários florestais, o que deverá resultar na criação do primeiro mapa da biomassa das florestas tropicais.
   O objetivo será usar esses dados para melhorar os modelos climáticos e as política sobre estratégias de gestão de carbono.

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