"Os poetas viajam até o próximo círculo, onde os demônios não são capazes de segui-los e o poder divino, que lhes dá controle sobre o próprio círculo, não permitira que eles partam."
Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el
"Quem não reage, rasteja"
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
O homem é alérgico a tecnologia
Ex-engenheiro da Ericsson, o sueco Per Segerbäck passa mal só de ficar perto de um celular, TV ou qualquer outro aparelho eletrônico. Por isso, há 11 anos vive isolado em uma cabana — e reza para nenhum avião passar por perto.
Todo fim de tarde, o sueco Per Segerbäck, 54 anos, liga o rádio, movido a baterias velhas, para ouvir a previsão do tempo — algo essencial já que ele mora em uma reserva ecológica e precisa se proteger do frio intenso durante boa parte do ano. Apesar da profissão de engenheiro eletricista, Segerbäck leva uma vida bucólica.
Em sua cabana de madeira, a 120 quilômetros da capital Estocolmo, não há microondas, televisão ou celular. Câmera digital não faz parte de seus bens e nem passa por sua cabeça comprar um iPad. Não, Segerbäck não é daquelas pessoas que resistem ou têm horror a novas tecnologias. Na verdade, ele tem alergia a elas. O homem afirma ter reações a ondas eletromagnéticas — emitidas por qualquer equipamento alimentado por energia elétrica. “Ultimamente, não tenho ficado perto nem de relógios de pulso digitais.”
A única saída que encontrou para resolver seu problema, que não é reconhecido pela medicina, foi isolar-se do mundo. Há 11 anos Segerbäck deixou a cidade de Estocolmo e sua carreira na multinacional sueca de telecomunicações Ericsson para viver nessa reserva ambiental. Os lobos, alces e ursos que passeiam por lá não o assustam. “Preocupo-me é com os aviões que, de vez em quando, passam perto daqui, com seus radares potentes”, diz. Ele deu essa entrevista por telefone e trocou 28 e-mails com nossa reportagem para explicar seu problema. Mas os dois aparelhos — telefone e computador — ficam em uma cabana separada, ao lado da casa em que vive.
A fonte de energia dos equipamentos, uma bateria de 12 volts, está enterrada a cerca de 27 metros de distância. No terreno, há ainda uma terceira cabana onde ficam a geladeira e o freezer, conectados a uma corrente elétrica que precisa ser desligada quando Segerbäck entra no ambiente. Para iluminar sua casa, ele usa velas e uma lâmpada abastecida por bateria. Se não tomar todos esses cuidados, sente dores de cabeça, tontura e náuseas. Esses são apenas alguns dos sintomas mais leves de que se queixa.
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