Da ficção de Júlio Verne à atualidade, a aventura de dar a volta ao mundo já foi realizada por muita gente. Agora, a preocupação é fazê-la com o menor impacto ambiental possível. Em 2008, Luis Palmer foi o primeiro a dirigir um carro movido a energia solar – o Solartaxi –, durante 534 dias, ao redor do planeta. A ideia era espalhar a mensagem de que as energias renováveis eram acessíveis, confiáveis e ecologicamente responsáveis.
Este ano, ele quis ir além e propôs uma competição de volta ao mundo, entre veículos que não emitam gases de efeito estufa. Na última segunda-feira, quatro times, da Austrália, Alemanha, Suíça e Coréia do Sul, toparam o desafio de começar a percorrer o globo com seus carros elétricos na mais longa corrida verde de todos os tempos, batizada de Zero Race, ou seja, corrida com zero carbono.
As equipes saíram de Genebra e vão chegar ali, de volta, em 80 dias – excluído o tempo para cruzar os oceanos – depois de percorrer 30 mil quilômetros. Os participantes vão passar por 16 países e parar em 150 cidades, incluindo Berlim, Moscou, Xangai, Los Angeles e Cancun, esta última, sede da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP16, que acontece no final de novembro.
Durante a jornada, os carros serão alimentados pela eletricidade do local por onde passarem e, para compensar as emissões de carbono, os times precisam garantir que as redes elétricas de seus países de origem estejam sendo alimentadas com energia limpa – geotérmica, do sol, do vento ou da força das marés – equivalente ao consumo de seus veículos.
Os carros ainda precisam fazer pelo menos 250km de distância em uma média de velocidade igual ou inferior a 80km/h, conseguindo percorrer 500 km por dia, com uma recarga de 4 horas no horário de almoço e levar, ao menos, dois passageiros.
Vence a competição não quem chega primeiro, mas quem melhor cumprir um conjunto de critérios:
- confiança – baseada na performance do veículo e na quantidade de quebras e reparos necessários durante o percurso;
- potência e velocidade – se refere à capacidade de aceleração e alcance para completar o caminho;
- eficiência energética – a partir de critérios de fabricantes e especialistas no assunto;
- popularidade do veículo – segundo o julgamento do público geral;
- segurança – com base na avaliação de engenheiros de transporte e
- design – segundo a opinião dos espectadores que cruzarem com os carros durante a corrida.
Independentemente de quem ganhar a competição, no final, quem sai lucrando mesmo é a humanidade e as futuras gerações. Afinal, popularizar fontes alternativas de energia e diminuir as emissões de gases de efeito estufa são sempre uma vitória.
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