Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el

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"Quem não reage, rasteja"

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A internet quer saber sua identidade



   Na década de 90, pesquisadores defendiam que uma das grandes vantagens da rede era dar a qualquer um a identidade que quisesse: você poderia se representar como homem, mulher, criança, velho, pirata ou ninja. Agora – com o surgimento de um grande cardápio de crimes online que vão de comentários ofensivos a cyberterrorismo – está crescendo a idéia de que as pessoas devem usar seus verdadeiros nomes, endereços e fotos na internet.


   Mas o anonimato também tem seus defensores. Muitos acreditam que ele é um recurso importante da internet, por permitir que pessoas expressem sua opinião sem sofrer represálias ou ainda como forma de garantir a privacidade.
   Uma das grandes batalhas nessa discussão aconteceu há poucas semanas, quando a Blizzard, empresa por trás do jogo online World of Warcraft, anunciou que iria obrigar os jogadores a usar seus nomes verdadeiros em fóruns. A reação dos jogadores foi tão forte que a empresa abandonou os planos. Faz sentido: nem todo mundo se sente a vontade para contar que, à noite, leva uma segunda vida como Orc ou elfo.
   Para o bem ou para o mal, surgem várias iniciativas para forçar as pessoas a se identificar. Algumas delas:
                                                           

1. Use Facebook, Google ou Microsoft
   O Facebook é um dos poucos pedaços da rede onde quase todo mundo usa sua identidade verdadeira. Por conta disso, empresas que querem eliminar os anônimos baseiam seus aplicativos no site. É o caso do serviço de respostas Quora (leia abaixo) e do site CloudCrowd, que contrata pessoas para realizar pequenos trabalhos online a partir do Facebook. É claro que sempre é possível criar um perfil falso para essas tarefas, mas, além de dar trabalho, fica mais fácil de reconhecer a malandragem.
   Algo parecido poderia ser feito também com a identidade em outros sites. A Microsoft e o Google, por exemplo, já usam um mesmo nome de usuário para dar acesso a emails, customizar buscas, registrar comentários em blogs e vários outros serviços. É possível que eles se espalhem ainda mais pela rede.


2. Cobre para comentar
   Cansado de comentários idiotas ou ofensivos, o jornal americano “The Sun Chronicle” anunciou na semana retrasada que vai cobrar para que os leitores escrevam comentários. Não é grande coisa – apenas 99 centavos – mas força os leitores a revelar o cartão de crédito e, portanto, o verdadeiro nome.


3. Carteira de identidade online
   O governo americano está estudando a proposta de criar um sistema de “identidade voluntária”. As pessoas registrariam suas informações e ganhariam acesso a vários serviços online. Ainda é bastante polêmico.
   Especialistas em segurança dizem que é muito pouco para resolver os problemas. Defensores da privacidade avisam que isso pode ser um primeiro passo em direção ao um Big Brother online. Pode, no entanto, ser uma forma de aumentar a segurança nas transações comerciais pela rede – algo que hoje funciona um bocado com as leis do velho oeste.

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