Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el

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"Quem não reage, rasteja"

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Alfred Hitchcock X Sexta Feira 13


   Alfred Joseph Hitchcock nascido em Londres, no dia 13 de Agosto de 1899. A trajetória do “mestre do suspense” começa em Londres no fim do século 19. Filho de um comerciante de aves, ele passou seus anos escolares num colégio jesuíta, o St. Ignatius College.
   Depois, ele foi estudar engenharia na Universidade de Londres. Em 1920, Hithcock começou a trabalhar na indústria cinematográfica, fazendo os letreiros que apareciam nos filmes mudos produzidos pela Famous Players-Lasky Company.
   Nos anos seguintes, ele escreveria roteiros e seria assistente de direção até que em 1925 obteve a chance de dirigir seu primeiro filme: “The Pleasure Garden”.
   Seu talento para o suspense aparece pela primeira vez no filme “O Inquilino” (1926), que mostra a história de uma família que desconfia que seu inquilino seja Jack, o Estripador. Em 1929, Hitchcock emplaca seu primeiro sucesso no Reino Unido com “Chantagem e Confissão”.
   O filme abriria um período de vários clássicos do suspense dirigidos por ele ainda em solo britânico, como “O Homem que Sabia Demais” (1934), “Os 39 Degraus” (1935), “Sabotagem” (1936) e “A Dama Oculta” (1938). Nessa fase, ele estabelece algumas inovações que caracterizariam seu estilo.
   Uma delas é a introdução de um recurso de roteiro que virou uma de suas marcas registradas: o personagem inocente que é perseguido ou punido por um crime que não cometeu.
   O sucesso desses filmes chamou a atenção dos produtores de Hollywood para a habilidade do diretor em usar o suspense, a partir de tramas plausíveis em que explorava psicologicamente os temores humanos. Em 1939, Hitchcock mudou-se para os Estados Unidos, onde realizaria a maior parte de suas obras-primas.  
  

   A estreia de Alfred Hitchcock em Hollywood não poderia ter sido melhor. Sua primeira produção na América é “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940), vencedora do Oscar de melhor filme. O mais incrível é que esse foi o único filme do diretor a ganhar um Oscar nessa categoria. A obra gira em torno do romance entre um rico viúvo e uma inocente jovem, que acabam se casando rapidamente. Tudo parecia perfeito, até que Rebecca, a falecida esposa, volta para assombrar a jovem.
   Nas três décadas seguintes, Hitchcock dirigiu praticamente um filme por ano em Hollywood. A partir de 1948, ele virou seu próprio produtor e atravessou os anos 1950 com uma série de filmes de suspense com grandes orçamentos e contando com algumas das principais estrelas do cinema norte-americano. Um dos primeiros grandes sucessos dessa época foi “Janela Indiscreta” (1954). No elenco James Stewart e Grace Kelly, que fazem o par de protagonistas nesta memorável obra sobre voyeurismo, obsessão e intriga. James Stewart interpreta um fotógrafo bem-sucedido que é obrigado a passar os dias em seu apartamento por conta de uma perna quebrada.
   O que lhe resta é espiar os vizinhos e numa dessas acaba desconfiando que um deles assassinou a esposa. Grace Kelly faz sua namorada num roteiro de suspense que se desenrola numa atmosfera de sensualidade e humor negro.
   Entre os tantos sucessos de Hitchcock nos anos 50, outro que se destaca é “Um Corpo que Cai” (1958). O filme foi lançado no auge da fama do diretor e, por incrível que pareça, não foi muito bem recebido pela crítica. Mais uma vez James Stewart está no papel central, num filme que influenciou vários diretores e roteiristas nas décadas seguintes. Stewart faz um policial de São Francisco que pede demissão por conta de seu medo de altura e passa a trabalhar como detetive particular.
   Em um de seus primeiros trabalhos tem como missão seguir a esposa de um velho amigo, interpretada por Kim Novak, que faz uma loura fria e obcecada por uma antepassada. Paranóia, perversão e manipulação fazem parte de uma trama complexa e perturbadora.
   Na virada dos anos 1950 para a década de 60, Hitchcock dirige outra obra-prima do cinema: “Psicose”. O filme que ajudou a mudar a abordagem cinematográfica sobre o terror é cheio de sequências magistrais, como os assassinatos no chuveiro e na escadaria. A reação do público foi impressionante, com filas que dobravam os quarteirões e muita gritaria na plateia nas cenas mais aterrorizantes. Três anos depois, ele voltaria a surpreender com a filmagem de “Os Pássaros”. Muito mais próximo do terror do que do suspense, o filme é um dos mais enigmáticos na obra do diretor. A história mostra o inexplicável ataque de pássaros contra os habitantes de uma pacata cidadezinha litorânea. Nos anos seguintes, Hitchcock dirigiria ainda mais alguns sucessos como “Marnie, Confissões de Uma Ladra” (1964) e “Frenesi” (1972).
   Os filmes de Hitchcock geralmente tiveram como tema central assassinatos e espionagens. Dentro desses temas, ele soube construir narrativas que giraram em torno basicamente de três elementos que caracterizam sua obra. O mais comum é aquele em que um inocente é erroneamente acusado ou condenado por um crime e que, para se ver livre, acaba assumindo a missão de perseguir e encontrar o real culpado. Outro elemento muito presente na sua obra é a vilã, normalmente uma mulher sensual, que seduz um protagonista masculino para acabar sendo salva por ele ao mesmo tempo em que o destrói. E um terceiro elemento que caracteriza a filmografia de Hitchcock é a do assassino psicopata cuja identidade é revelada ao longo da ação. Além dessas características nas tramas, a obra de Hitchcock trouxe inovações técnicas nas posições e movimentos das câmeras, nas elaboradas edições e nas surpreendentes trilhas sonoras que realçam os efeitos de suspense e terror.
   Alguns meses após receber o título de “cavaleiro do Império Britânico”, Sir Alfred Hitchcock morreu em Los Angeles, em 29 de abril de 1980.

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