Em três experimentos, 10 voluntários foram orientados a focar sua atenção em alguns objetos, mas não em outros. No teste com os resultados mais reveladores, havia quatro círculos se movendo em uma tela de computador enquanto mudavam rapidamente de cor. Dois deles podiam ser ignorados, mas os outros dois deviam receber atenção especial e os voluntários tinham de pressionar uma tecla sempre que ficassem com a cor vermelha ou azul. Depois de alguns segundos de movimento, todos os círculos desapareciam e os participantes precisavam clicar com o mouse sobre os locais onde os dois círculos-alvos haviam aparecido pela última vez. E foi aí que se evidenciaram as distorções. Uma delas já era esperada: como pesquisas anteriores já haviam mostrado, os círculos eram sempre indicados como se estivessem comprimidos em direção ao centro da tela – como se a representação que nossa mente faz do mundo fosse ligeiramente reduzida.
A outra distorção foi a que surpreendeu os cientistas: os voluntários relataram ter visto os círculos-alvos como se estivessem mais próximos uns dos outros do que realmente estavam e observaram os outros dois círculos (nos quais não haviam focado sua atenção) mais afastados do que a realidade.
Esses resultados fortalecem um campo crescente da psicologia cognitiva que desestabiliza nossa confiança na ideia de que sabemos algo com certeza – e coloca em xeque nossos métodos para compreender o mundo com mais exatidão. “A atenção é a forma como as nossas mentes se conectam com as coisas no ambiente”, explicou para a MedicalXpress o pesquisador Liverence, um dos autores do estudo. “Nós tendemos a pensar que a atenção esclarece o que está lá fora. Mas ela também distorce”. Não confie tanto no que seus olhos dizem: eles também podem ser enganados pela sua mente.
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