Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el

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"Quem não reage, rasteja"

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O celular na sala de cirurgia



   Celulares têm muitas funções. Na verdade, são tantas que parece que a última delas é fazer ligações. Você pode mandar mensagens, e-mails, pagar contas, fazer transferências bancárias e na Coréia do Sul pode-se até pagar a passagem de ônibus. E a cada semana surgem novas habilidades para o aparelho. Pois bem, mais uma vem à tona, só que um pouco diferente do que se está acostumado a ver por aí. Um pequeno aparelho que, conectado ao celular, monitora os sinais vitais de uma pessoa é o projeto que a doutora Joanne Lim está tocando na Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá.
   O aparelho se chama Phone Oximeter e pode ser conectado a vários modelos de celular – iPhone, Android, Windows e outros. Uma ponta do Phone Oximeter no celular e outra no dedo do paciente. Assim feito, na tela do aparelho irá aparecer os níveis de freqüência de batimentos cardíacos, respiratório e de oxigenação de quem está sendo examinado. O Phone Oximeter alerta quando estes níveis estão perigosamente baixos. O projeto ainda está em desenvolvimento e testes – bem sucedidos – já foram realizados em Vancouver e em Uganda, África.
   Uganda? Sim, Uganda, já que o principal objetivo da doutora Limm e sua equipe é oferecer uma opção mais barata de exames básicos em países pobres, onde os sistemas de saúde não são plenamente desenvolvidos. Mais especificamente, os pesquisadores da British Columbia querem ajudar os médicos de nações pobres a fazerem anestesias mais seguras. Isso porque o número de mortos nesse procedimento em países em desenvolvimento é de cem a mil vezes maior que em nações ricas. Muitas dessas mortes ocorrem devido à queda do nível de oxigênio no sangue (hipoxemia), que também pode causar graves danos cerebrais. O Phone Oximeter pode detectar o nível de oxigenação do paciente, o que permite uma rápida intervenção médica. E, segundos seus desenvolvedores, o principal: é barato e de simples utilização – até mesmo alguém que não seja médico ou especializado na área pode utilizar corretamente o aparelho. A Galileu bateu um breve papo com a doutora Joanne Limm, principal responsável pelo projeto:
   O principal objetivo de vocês com o Phone Oximeter é o barateamento de exames básicos em países pobres?
   Nós definitivamente estamos desenvolvendo o aparelho visando países pobres onde pode não haver a infraestrutura ou o financiamento necessário para grandes sistemas médicos de acompanhamento de pacientes. Algo como o Phone Oximeter pode ser usado por muitas pessoas, mesmo que não tenham tanto treinamento na área médica. Não necessariamente será um médico o único a usar o aparelho. Nós incluímos no aparelho um sistema que ajuda quem o está usando a tomar decisões e por isso um profissional de saúde leigo (ou não médico) pode usa-lo e saber se o paciente precisa de tratamento médico imediato ou se o estado ainda não é tão grave.
   Os resultados do teste são armazenados no celular? Vocês pretendem desenvolver um sistema que os envie por internet ou SMS para algum hospital?
   Por enquanto os resultados são armazenados no próprio celular. Mas com certeza queremos que no futuro eles possam ser enviados por SMS e também por internet.
   Vocês têm planos de melhorar o Phone Oximeter a ponto de que ele possa fazer exames mais complexos?
   Nós ainda não sabemos quais são todas as possibilidades que o Phone Oximeter abre. Sabemos que uma maneira dele fazer exames de glicose para diabéticos de uma maneira não invasiva é algo que agradaria a muitas pessoas.

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