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"Quem não reage, rasteja"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lama preserva dados de inseto com 315 milhões de anos



   Cerca de 315 milhões de anos atrás, um inseto pousou em um lugar enlameado, ficou ali por um tempo e saiu voando.
   Espantosamente, a impressão daquele inseto na lama, com aproximadamente 3,8 centímetros de comprimento, se solidificou e sobreviveu até hoje.
   "Ele deixou uma cópia perfeita de seu corpo", diz o curador-assistente do Museu de Zoologia Comparativa de Harvard, Richard J. Knecht, que descobriu o fóssil em rochas de arenito no sudeste de Massachusetts (EUA). "Praticamente tudo está ali, exceto pelas asas."
   Já foram encontrados fragmentos de insetos voadores --no geral, apenas as asas-- com data de até 325 milhões de anos atrás.
   O fóssil de Massachusetts, porém, oferece a visão mais antiga, e talvez de melhor qualidade, de um inseto voador da antiguidade.
   Knecht procurava por fósseis perto de um pântano e encontrou um afloramento de rocha promissor.
   "O primeiro pedaço que peguei estava naturalmente fendido", conta. "Eu o abri como um livro, e ali estava o fóssil, as duas metades, como num molde."
   Knecht explicou que, há 315 milhões de anos, o lugar era próximo à lateral de uma montanha acentuada, onde sedimentos se acumulavam rapidamente. Logo depois de o inseto voar dali, a marca foi enterrada e preservada.
   Pelo formato do inseto, Michael S. Engel, entomologista da Universidade do Kansas, o identificou como da classe Ephemeroptera, um dos primeiros grupos de insetos voadores. "Ele seria bastante similar aos insetos de hoje", afirmou Knecht.
   Knecht, Engel e Jacob S. Benner, paleontólogo da Universidade Tufts, descreveram a impressão do fóssil num artigo publicado em "The Proceedings of the National Academy of Sciences".

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