Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el

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"Quem não reage, rasteja"

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Falar sem pensar


Massacre de uma cultura

    O brasileiro hoje não tem opção literária, musical, ou de qualquer outro tipo. Ele vê passar na televisão, ouve no rádio, lê nos jornais, e absorve tudo como a única coisa disponível, possível de alcançar.
   — Lembremos de Joseph Goebbels, ministro da propaganda, de Hitler: esse nazista “orientava” para o fato de que uma mentira, tantas vezes repetida, torna-se verdade. E isso ilustra o que acontece no Brasil hoje, quer dizer, uma coisa desprezível, de tantas vezes repetida, torna-se um produto aceitável. E é aceitável porque não dão oportunidade ao povo de conhecer algo melhor — declara Assis.
   — Afirmo que mente quem diz que o povo não gosta da música brasileira. O problema é que não toca música brasileira para o ouvinte brasileiro, para o teles-pectador. Para o leitor dos jornais, das revistas, da mesma maneira, não divulga na sua forma impressa, a verdadeira cultura popular, o melhor das massas brasileiras. Então, não se pode admirar aquilo que não se conhece. Atualmente, o que vale é a cultura de massa, que chamam de popular, mas não tem nada de popular. É a massificação de algo, que de tanto ser repetido, e censurado o verdadeiro, fica o enganoso na cabeça das pessoas. Com isso, pessoas estão fazendo canções que na verdade não são brasileiras, mas ritmos estrangeiros disfarçados. Nestas, dizem besteiras que não tem nada a ver conosco, e espalham alienação absoluta entre o povo, que diz respeito aos seus valores culturais e a si próprio — afirma Assis.’

*Assis Ângelo, jornalista e estudioso da cultura popular brasileira, autor de diversos livros sobre música e arte, letrista de músicas, roteirista, narrador de cinema e radialista.

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