Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que el

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"Quem não reage, rasteja"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Amizades podem causar injustiça


   Uma pesquisada realizada na Universidade Mackenzie mostrou que, ao fazer uma decisão de negócios, não percebemos que há injustiça se a proposta partir de um amigo. O estudo mostrou as diferenças cerebrais quando a mesma sugestão é feita por um desconhecido e por uma pessoa próxima. O artigo foi publicado na revista The Journal of Neuroscience. 
   O trabalho foi liderado pelo professor Paulo Sérgio Boggio e realizado durante o mestrado da psicóloga Camila Campanha. O estudo contou com bolsa da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo).
   O objetivo era estudar o papel da confiança na hora da decisão e suas bases neurobiológicas. Para desenvolver o estudo, a pesquisadora se baseou na teoria dos jogos, que estuda situações estratégicas nas quais jogadores escolhem diferentes ações na tentativa de melhorar seu retorno. 
   Dois grupos, de pessoas entre 18 a 25 anos, foram colocados em ambientes diferentes. Um dos grupos tinha que avaliar propostas econômicas feitas por amigos, classificando-as em justas e injustas. O segundo grupo, as propostas que teriam sido feitas por desconhecidos. 
   Embora a quantidade de propostas justas e injustas fosse a mesma para os dois grupos, a percepção da injustiça foi diferente. “Do ponto de vista comportamental, observamos que as pessoas rejeitaram muito mais as propostas injustas do desconhecido do que as oferecidas pelo amigo – nas quais o amigo sairia ganhando mais. Além disso, essas pessoas pontuaram os amigos como mais justos do que os desconhecidos”, explica a psicóloga. 
   O trabalho também registrou, durante esse experimento, a atividade eletroencefalográfica dos participantes. Quando o participante avaliava uma proposta desvantajosa feita por um amigo, a parte do cérebro ativada não estava relacionada à raiva, como era esperado. “A expectativa era que os dados seriam negativos conforme se recebessem propostas injustas do amigo. No entanto, os participantes não perceberam essa injustiça”, disse Campanhã. 
   O estudo foi realizado em colaboração com os pesquisadores do Istituto Neurologico “Carlo Besta (Itália) e Universidade Harvard (EUA).

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