Uns dos porquês que as flores morrem
Diziam que era bela.
Belezas dessas que precisam de remendados adornos.
Toda quinta-feira tomava seu remédio.
E passava sorvendo-me os últimos pedaços de infância.
Época que as calçadas eram feitas de verdades eternas.
E os pecados ainda ficavam para os abraços dos cobertores.
Quantas vezes eu amei a novela e a ponte que trazia em seu corpo.
Um dia atravessei a ponte e os lápis perderam as cores.
Nascia o poeta que não queria nascer, o poeta meio, o poeta não.
Bem vindo piso frio, rosto seco que sossega todas as grades.
Bem vindo homem de bem, atalaia das horas sem pressa.
Pro inferno o intelectual! Necessito de uma ignorância
que me compreenda.
Que me dê o calor de novas cicatrizes.
Enquanto não descobrirem que estou aqui calado á margem da linha.
E que o ponto final só existe na poesia para quem ler.
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