Eu não sei, amor, que horas são,
Pois a chuva que cai lá fora faz barulho
E não me deixa ouvir os tic tacs do relógio,
Além disso, amor, eu ouço passos no teto
Poderia ser telhado, mas é teto
Poderia ser casa, mas ainda é o primeiro andar
E bem longe, olhando da janela,
Eu vejo os pingos caindo e molhando as árvores
Parecem pernas, corpos se amando,
Mas são só pingos de chuva
E ainda tem a criança. Não te contei?
Deve existir uma criança, talvez do outro lado da parede
Eu nunca vi, mas a ouço todo dia antes do sol raiar
Mas amor, não te assuste com tudo isso
Em breve o barulho acaba
Em breve a chuva passa,
E eu volto a contar os segundos
Volto a ouvir os ponteiros: tic, tac
E então me pergunte que horas são
Saberei te responder sem pensar
''Agora, amor, é a hora que os olhos não vêem
É a hora que a gente não escuta
É a hora de não perguntar as horas''
Pois, amor, depois que o barulho for embora,
Será então a hora de te amar,
E, diante disso, nenhum minuto mais importa.
Kelly Priscila Franzoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário